22 de agosto de 2010

Meu pai, perfeito como eu

Há algum tempo, aos noventa e três anos, ele partiu para uma viagem sem volta ao encontro de minha mãe, com destino à eternidade. Tão agarrado à vida, uma vida que lhe foi tão árdua, tão sofrida, tão cheia de altos e baixos.
Tão frágil, tão submisso, tão entregue; ele que foi na vida fortaleza, disciplina, hombridade, sistemático, liderança e inteligência.


6 de agosto de 2010

Um Lobisomem na Noite

Um lobisomem pode ter coisas a nos ensinar

Em noite chuvosa, barulhenta, tempestuosa eu ouvi por entre os estrondos dos trovões e o ruflar pesado da chuva forte, uns barulhos diferentes de tropeços e lamúria, como que vindo do meu quintal escuro e ensopado. Então, destramelei a porta da cozinha que se abriu por si mesma com a força do vento, o qual entrou forte, frio e molhado e, num instante, encharcou minha roupa e meus sapatos.

30 de julho de 2010

CORA CORALINA, Aninha, Minerva, Poema

"Agosto,mais um aniversário do nascimento de Cora".

Quem é essa missionária que percorreu esses brasis?...
Que divindade é essa que perpassou os séculos?...
Quem é essa minerva que todos pararam para ouvir?...
Quem é a poetisa capaz de despertar emoções tão grandes em tantas gerações?...
Quem é essa bem amada de todas as camadas sociais?...
É Cora-Coralina, estela mor da poesia goiana.

10 de julho de 2010

LAR Ultimo reduto

O último reduto, derradeiro bastião, trincheira pela qual se bate até que se exauram as últimas forças no intuito de preservá-lo, se não para si, para os que compõem essa molécula vital da sociedade, chamada família

27 de maio de 2010

TERRA SUOR E MILAGRE

(Histórias Possíveis)


Foi tão casual o achado meu naquele dia, quanto foi valioso e inesperado.
Um grande e cobiçado diamante!
E era meu!
Então o vendi para um homem que se dizia sócio de um banco.
Apurado o dinheiro dei-o a meu pai que, na verdade, foi quem o recebeu do homem e era, a meu ver, a pessoa mais sábia e honrada do mundo.

1 de maio de 2010

À Minha Mãe

Rilmar

Nossa Senhora na beira do rio.
Lavava os paninhos de seu bento fio...

Eu bem quisera escrever em trovas, mas não as consigo criar dignas destas memórias...
E falo a você, Mãe, com a firme lembrança da sua imagem naquelas tardes ensolaradas quando você, que durante toda a semana lecionara o dia todo e parte da noite para alunos de ambos os sexos, de todas idades, das mais variadas classes sociais e de comportamentos os mais diversos e imprevisíveis;

22 de abril de 2010

15 de abril de 2010

Terra!... A Mãe das Mães

Passarão o Homem, a Ambição, a Inconsequência; A Terra não!...


No tempo dos vôos das cosmonaves, a mente livre percorre as amplidões dos espaços siderais e perpassa satélites, planetas, poeiras cósmicas, pedregulhos meteoríticos, estrelas das mais variadas magnitudes e salta de sistema em sistema ganhando as mais longínquas e impensadas paragens das amplidões infinitas.
O homem pensa na posse de algo tão imenso que nem sequer imagina quão grande seja.
As mentes fervilham e trabalham.
A ciência se desenvolve e avança.
No tempo da comunicação impossível, das mensagens estelares, dos contatos com outras dimensões de existência apenas suspeitada; do envio de imagens através do vácuo desde os mais distantes planetas à Terra, e de tantas ondas enviadas aos espaços infinitos levando imagens e sons que, sabe Deus, talvez sejam captadas em lugares nunca por nós imaginados.
Na era do vasculhar das potencialidades das mentes até nos seus aspectos mais extra-sensoriais.
Você continua sendo a mãe extremosa, mãe de todas as mães e dos pais, e dos avós e de todos os ancestrais, enfim.
Você que protege sem desproteger, sem enfraquecer o forte ou debilitar o fraco. Que incansavelmente vem, há milênios, nos expondo à luz e ao calor do Sol ao fazer o dia e, ao saber-nos cansados, envolve-nos em sua imensa sombra para que repousemos, e faz a noite.
Você que por milhões de anos se preparou para nos conceber, mercê da vontade de Deus; e por outros tantos nos gestou com infinita paciência, aguardando um lentíssimo evoluir de moléculas, de vírus de bactérias e de uma cadeia imensa de complexidades sucessivas até chegar ao que somos.
Amada mãe que cede cada átomo, cada cristal, cada molécula para a estruturação de todos os seres. E, os protege para que sobrevivam, e os expõe à agruras e labores para que se robusteçam e ganhem têmpera; e lhes proporciona belezas, perfumes e sensibilidade para que, sendo fortes e rijos também saibam sentir os abstratos sublimes como a saudade, o amor, a fraternidade, a poesia; e que, quando a vida cessa e a alma ganha o infinito, reabsorve cada fragmento, cada grão e seleciona elemento por elemento recondicionando-os para que propiciem renascimentos e , como um todo universal, se eternizem.
No tempo das maravilhosas realizações dos homens...
Você, sábia como sei não há, por certo, de ficar impassível a tudo o que essas realizações maravilhosas vêm destruindo em você.
Paciente e sábia, eis a sua maior qualidade. Imagino que bem poderia inclinar a sua equatorial cintura de quarenta mil quilômetros e inverter a posição dos pólos com a mesma. Isso provocaria tanta cessação de vida, que a superpopulação, o alucinado progresso, o desenfreado e irracional consumo, tudo regrediria séculos ou milênios. Uma nova humanidade talvez então se conformasse mais evoluída, mais perfeita e mais digna de você.
Mas você é mãe!... E, as mães criam, sofrem se doam, se consomem e, muitas vezes sucumbem ante a ingratidão ou a insensibilidade dos filhos, porém nunca sequer lhes ocorre a palavra vingança.
E você fica impassível, ou por ser mãe, ou por entender que a humanidade apenas segue uma trajetória previamente traçada como parecem ser todas as trajetórias de tudo o que existe no Universo.
Não é mérito, nem culpa minha, se sendo rijo e forte sou sensível a ponto de dizer que mais que pela gravidade me prendo em você pelo amor e pela gratidão.

Rilmar - 1979

30 de março de 2010

A Luz, A Cruz, Jesus

Réstia de luz
No horizonte;
Pende na cruz
Defronte;
Emana-lhe luz
Da fronte;
A luz, a cruz, Jesus
No monte!


Jesus na cruz no monte

Veio de longe para vê-lo. E prostrou-se diante da cruz em que Ele jazia dependurado. Quis erguer os olhos para embeber-se do seu semblante cheio de mansidão.
Mansidão que o homem não alcança, o filósofo vislumbra e o santo procura.
Inútil, não pôde!

Tudo ao redor emanava tristeza. Várias vezes tentou levantar o olhar em vão. Faltava-lhe coragem? Forças? Auto-domínio? Ou será talvez que se sentisse pequeno demais diante da magnificência do Cristo? Mas, o cordeiro de Deus na sua mansidão e humildade não poderia acaso ser contemplado de frente por um homem comum?

No ar e nas coisas pairava o tédio.
Pendente na cruz o filho de Deus.
Prostrado em frente um homem que andara muito. Que pernoitara muitas vezes ao relento. Que há muito não via os seus e que viera para vê-lo. A pouco e pouco foi vencendo a emoção e foi subindo vagarosamente o olhar. Viu seus pés descalços, feridos, edemaciados, riscados pelo sangue escorrido já ressecado. Depois olhou o corpo maltratado, as mãos feridas e por fim mirou-lhe a face. A face que deveria refletir a dor do escárnio, da traição, da ingratidão, da injustiça; a face que deveria estar contraída pela dor física; era calma. Irradiava compreensão, piedade até.

Pendia a cabeça de encontro ao peito como se Ele dormisse. Aflorava-lhe no semblante descontraído a impressão de que sonhava talvez com uma humanidade diferente, compreensiva, amorável, sincera, crente e desprendida.
Viera de longe suplicar-lhe cura. Mas, Ele jazia ali morto.
Não alcançando a cura física, sentiu que suas dores eram pequenas demais diante das dele.
Notou-se egoísta até.
Levantou-se.
Sentia-se leve. Descontraído.
Olhou mais uma vez para o Cristo e suplicou-lhe que o ajudasse no aprimoramento do íntimo. Para que a proximidade da morte e enchesse de esperanças. Para que a fé o enchesse de bondade durante a vida.

Virou-se e começou a afastar-se vagaroso. Olhou para a perna que uma úlcera comia e não conseguiu mais ficar triste. Deu alguns passos, desceu a perna da calça cobrindo a ferida e foi embora.
Andava lentamente, arrastando a perna inchada e ulcerada. A ferida era feia, antiga, profunda, cheirava mal e doía muito a cada passo. As pessoas o evitavam. A jornada pelo mundo parecia não ter fim.
Murmurava em prece, pleno de fé: Cordeiro de Deus, ainda que eu não mereça, derrama sobre mim e vossa paz. Alivia meu sofrer...
Num tempo de pouca medicina, de infindáveis caminhadas,sem afeto, vivendo da caridade, era grande súa pena.

A família

Tempos depois, anos talvez passados, percorria um estreito caminho que margeava uma cerca quando, parado à sua frente, viu o Cristo.
Tomé, talvez, não tenha visto um Cristo mais concreto e real.
Sentiu que estava diante de Jesus, não houve espanto, nem suplicou nada. Apenas o olhou e vendo que o Cristo sorria, sorriu também.
Depois se ajoelhou e pôs os olhos no chão. Nessa humílima atitude esteve imóvel por um tempo longo e emocionante..



Em certo momento, sentindo que Ele se fora, levantou-se.
O coração batia tão rápido e tão forte que parecia saltar do peito. Uma alegria esfuziante o arrebatava. Intrigado, desejoso de contar tudo a alguém, pôs-se a correr como um louco em direção ao povoado.
Deslocava-se velozmente, sem dores e sem se dar conta de que já podia correr.
Novembro de 1972.
Rilmar José Gomes

30 de janeiro de 2010

Denúncia ao Público ou Miséria pouco é Bobagem

Notícias da DP – Inacreditável - Li com lágrimas nos olhos

Deu entrada ontem, nesta DP, o cidadão Mala Concebido, de origem desconhecida, provavelmente de algum livreto apócrifo; o qual foi flagrado e autuado por seis ou mais agentes de diferentes departamentos garantidores do bem estar social; a saber:
Delegacia das mulheres;
Departamento de defesa da criança;
Serviço de proteção aos animais;
Inspetoria da Saúde Pública;
Divisão especial de distribuição da renda familiar.
Os crime de que é acusado o referido meliante são todos graves e inafiançáveis e, as provas levantadas em seu próprio lar, ou melhor casa, ou melhor esconderijo, ou melhor tugúrio; são incontestáveis, e hediondas.
A mulher é mantida numa espécie de cativeiro. Magrela, pálida, descalça, sem dentes e com uns trapinhos finos a cobrir-lhe o corpo franzino e sofrido. Trabalha como uma moura seja na varrição da casa, na fazeção da comida que exige criatividade de gênio e milagres da multiplicação diários; ou na trabalheira que lhe dão os seis filhos chorões, catarrentos, lumbriguentos, teimosos, mal nutridos e distribuídos em faixas etárias que variam dos zero aos sete anos.
As crianças passam fome, choram, se coçam, levam safanões e tapas à todo momento. Ora diretamente do pai meliante, ora por culpa do mesmo que ao não prover satisfatoriamente a casa, propicia os fatores que levam as crianças a protestarem com choros e gritos nos ouvidos dos adultos irritados, com conseqüentes repreensões, ou seja, safanões, tapas e beliscões.
Complica-se a situação pela presença na casa de um pobre cão que, a despeito de proteger e vigiar a casa contra malfeitores e ladrões que iriam ali roubar, não sei o quê, é maltratado, come as sobras que nunca existem, apanha mais do que todos da casa e é obrigado a sair pelas ruas revirando latas e pacotes de lixo em busca de sustento para sua vida miserável de cachorro de pobre.
A inspetoria de Saúde Pública quis saber da situação dos sanitários e da destinação dos dejetos.
Pasmem-se leitores, mas o cidadão em pauta teve o deslavado desplante
de fingir que não entendia o que significavam essas coisas. Foi preciso esmiuçar, com muito constrangimento de parte da fiscalização, para que ele, por fim, admitisse que as águas de lavações, sejam de pia, tanque ou banho, saiam por um reguinho cruzando os quintais da vizinhança e iam poluir um corregozinho que passa a um certa distância da casa, de onde provém toda a água que abastece a casa e é buscada pela mulher em pesadas latas-d’água-na-cabeça. O sanitário propriamente dito é um buraco cercado por quatro paus e um plástico preto molambento, e, lá as pessoas se escondem para se esvaziarem quando necessitam.
Crápula é pouco para esse indivíduo!...
Nesse ponto o meliante quis se defender, dizendo que trabalha de oito a dez horas por dia para ganhar o salário mínimo e que o máximo que pode fazer com o minguado provento é a miséria detectada ali.
Nem bem acabara de falar, entrou em pauta o relatório da divisão especial da Distribuição da Renda Familiar. A referida divisão não só detectou in loco abundantes sinais de desvio de verba e aplicação indevida, como ainda se deu ao desvelo de rastrear cuidadosamente, desde à origem, a destinação dada aos proventos do nosso acusado.
É de estarrecer verificar que em uma nação tão rica em exemplos edificantes no trato com verbas e a coisa pública se venha, num certo momento, a deparar com o opróbrio de maneira tão descarada.
Inescrupuloso, sagaz, inconseqüente; eis alguns dos muitos adjetivos que nos ocorrem na análise dos atos sub-reptícios de quem pega um polpudo salário mínimo, do qual foram descontados apenas alguns vales, contribuição sindical e INSS; e, portanto hígido, robusto e plenipotente e o esfacela a seu bel prazer. De cara se detecta um gasto desnecessário com ônibus quando, morando apenas a cinco ou seis quilômetros do local de trabalho, poderia fazer o trajeto à pé ou mesmo pegar uma carona com algum vizinho; logo adiante descobre-se que o perdulário mantinha uma conta num boteco onde, duas ou três vezes por semana, parava para beber uma pinga dupla e comer um naco de lingüiça mista; seguindo o rastreamento vamos descobrir que, geralmente no sábado, o nosso malandro deliciava-se, horas a fio, jogando sinuquinha numa boca-de-inferno nas imediações de sua casa, e tome desvio de verba; para finalizar, ao analisar sua conta na farmácia, vamos verificar que constam: Sonrisal para tirar ressaca, desodorante para sua inhaca e inúmeras outras miudezas supérfluas.
Somados esses e outros desperdícios, fica perfeitamente explicada a miséria reinante na casa e caracterizada a culpa do réu.
Ao saber que estava condenado e depois de ouvir as argumentações dos vários relatórios, o réu reconheceu suas culpas e prometeu por fim à vida, tão logo seja libertado após o cumprimento das penas, e quis tão somente saber quem iria manter sua família no nível de miséria atual enquanto ele estiver na cadeia.
O agente policial não soube responder, mas deu-lhe uma tremenda bolacha para evitar novas perguntas.
E mais não disse e nem lhe foi perguntado
Do Correspondente especial

Rilmar – 16.8.91

28 de janeiro de 2010

Sobre Mario de Andrade (para minha Nora)

Olhe o que eu achei revirando um baú de papéis amarelados pelo tempo:

Se eu tivesse um irmão
E esse brother fosse Mário,
Aceitaria com bondade;
De Andrade

Fosse porém esse irmão,
Registrado de Andrade,
Antes do nome, ao contário;
Mário

De Andrade, Mário, poeta;
Imortal, com Deus compondo,
Sempre e sempre o seu canto;
Santo

Se não tivemos o convívio,
Como explicar o vazio,
Que deixou Mario de Andrade?...
Saudade

(poeminhas sem dono, da Lira sem Pátria)
Rilmar - 28.01.2010


Leia mais: São Paulo e Mário de Andrade http://blog.brasilacademico.com/2010/01/sao-paulo-e-mario-de-andrade.html#ixzz0duveJ85I

16 de janeiro de 2010

MIMOSA - ONDE A VACA VAI O BOI VAI ATRÁS

Uma vaquinha mimosa,
Boa a não mais poder,
Pastava tranquilamente,
Deixando o tempo correr.

Bois e bezerros olhavam
A vaquinha, embevecidos,
Que tranqüila balançava
A cauda em dois sentidos.

Diz-lhe um bezerro afoito:
Quem me dera que agora
Fosse eu grande e bonito,
Para namorar com a senhora.

Ai meu Deus, como é bacana
Quando passa para o curral!
Pula o coração cá dentro
Tremo todo, sinto mal.

Ela, boa consciente,
Olha com certo desdém
Murmura, talvez, consigo:
Frangote, nem vem que não tem.

De certa feita um boi,
O galã da região,
Criou coragem e falou-lhe
Todo cheio de emoção

Dizia ele: –Vaquinha,
De quem esses olhos são?
- Estes olhos são daquele
Que me tem o coração.

- E essa boca bonita
Que morde, masca e rumina?
- Esta boca já pertence
Ao galã desta campina

- E o seu corpo malhado
Posso com ele sonhar?
- Se já tens meu coração,
A quem o corpo hei de dar?

O boi cheio de emoção
Para perto dela chegou;
Deu-lhe um cheiro temeroso,
Mas ela não se zangou.

Aí, bem mais animado,
Quis ela toda cheirar,
Cheira que cheira, ai meu Deus!
Caiu duro no lugar

Fica o boi ali caído
E a vaquinha novamente
Vai balançando o rabinho
Encantando a toda a gente.

Rilmar José Gomes (1969?)

1 de janeiro de 2010

Pôr-do-sol

Sol poente,
Por trás do monte escondendo,
Tingindo os vales de ouro
E o céu de púrpura.



Tarde calma,
Quieta tarde calada,
Silente, muda,
De brisa suave refrescando almas,
De gente fazendo nada,
Sentada nos montes sem preocupações

Que não seja viver e beber,
Num gole imenso, sorvendo
Aos poucos, devagar,
A natureza bela.

Tarde de aves cantando, Ao longe,
Quase imperceptivelmente;

Na amplidão dos vales,
Sem perturbar o silêncio,
Sem atrapalhar a brisa ,
Sem apressar o Sol.

Tarde ampla, acolhedora tarde,
Onde as famílias nas soleiras,
Nos vales, na serra;
Com pés descalços sentindo a terra,
Devaneando vão mentalmente,

Até Deus, devagar
Em prece sem pressa,
Que ele é eterno e,
Tarde tão linda,
Não compactua com a morte.

Tarde serena e calma tarde
Que traduz minha alma
Dentro dessa tarde.
Tranquila e distante como o horizonte,
Que só existe
Longe da gente.

Rilmar (1978?)